Como em todo emprego, existem dias de pouca demanda num estúdio de gravação. Em alguns deles, é possível que nossa mente misture uma série de coisas que aparentemente não tem nada de similaridade, como algum assunto discutido nos corredores no café com uma ideia obtida ao ver um vídeo aleatório da internet.
Quando isso é somado ao acesso facilitado a equipamentos de gravação, certa habilidade ao lidar com arquivos de áudio e vídeo e um banco de erros e frases comprometedoras/cômicas gravadas por locutores (e cuidadosamente separados), podem surgir alguns materiais bem interessantes para entreter o grupo de whatsapp da firma.
Alguns diriam que tudo isso é perda de tempo, mas gosto de pensar que tais ações fazem parte do exercício do ócio criativo. Além de algumas risadas, isso pode servir de treino para algum outro material importante e que pode vir a impressionar algum cliente. Muitos dos grandes insights surgem quando não estamos focados diretamente num assunto, mas sim quando conseguimos misturar ele às nossas vivências e experiências únicas e fazer conexões sinápticas diferenciadas.
Só é preciso tomar cuidado para que certas “produções” não acabem indo para o lugar errado. Aqui na emissora onde trabalho, contam que, há uns anos, rolaram alguns desses momentos de descontração durante a gravação de uma agenda cultural. Como ou quando o material original e o “zoado” foram trocados ou como o OPEC permitiu que o arquivo errado fosse cadastrado e programado não se sabe, mas a história terminou com o produtor chegando assustado na rádio em um sábado de manhã após a ligação da locutora: “corre pra cá que a Eucaris (funcionária da rádio) e os Irmãos Cegos (banda de baile da cidade) vão tocar na MOON (balada eletrônica da cidade).
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