Pesquisas de ibope fazem parte da rotina dos meios de comunicação. Em grandes centros elas são mais constantes… já aqui no interior do estado, de onde escrevo, elas são solicitadas a cada 2 anos, mais ou menos. As pesquisas de audiência ajudam empresas a ter noção de como a programação tem impactado o público geral e específico da emissora. É ali que buscam-se os dados para justificar aos anunciantes seu impacto e seus preços.
O público específico diz respeito à parcela da população para quem a programação é voltada. No universo radiofônico, uma emissora popular tem um público mais abrangente e, consequentemente, mais chances de ficar no primeiro lugar geral em audiência. Já uma rádio rock ou uma rádio jovem nem almejam por isso, e sim por alcance ou fidelidade e constância em sua faixa de atuação. Cada um tenta vender o copo meio cheio que tem.
Mas toda regra tem exceção. Lá em 2010 a JP Joinville, implementada fazia poucos anos na cidade, conseguiu o primeiro lugar geral do ibope. Não porque a maior parte do público se considerava jovem, mas por um vácuo que se formou na comunicação da região. A rádio antes líder passava por sucessivas crises de identidade, mudando algumas vezes de marca e estilo em pouco tempo, e outras emissoras que futuramente se destacariam também estavam se reformulando.
Apesar de ter noção disso na época, a direção não hesitou em surfar a onda da “NÚMERO 1 DO IBOPE”, alardeando pra toda a cidade e para os patrocinadores, o que trouxe credibilidade e bons resultados financeiros também. O feito foi tão improvável que até a JP cabeça de rede chamou a galera daqui pra falar com os coordenadores de outras emissoras num evento para afiliados. Afinal nem em SP havia se conseguido tal colocação sendo uma rádio jovem.
O tempo passou e o cenário mudou novamente, tanto no âmbito local quanto no nacional. Pelo que soube, a Jovem Pan FM na Grande São Paulo já conseguiu ao menos 3 vezes seguidas o primeiro lugar em audiência (talvez porque não seja mais uma rádio voltada ao público jovem), e outras rádios daqui da região já tiveram seu momento “NÚMERO 1“.
O que não muda a cada pesquisa é que, no período em que elas são realizadas, todos da emissora são convocados a fazer uma movimentação a mais para atrair o público, e depois cada um vai buscar o recorte dos dados que julgar mais importante para mostrar aos patrocinadores.
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