Faz algum tempo que já trabalho com a gravação de minha voz para spots comerciais e, eventualmente, acontece de alguma palavra ser gravada de forma errônea. Por vezes, o ocorrido se dá por falta de orientação do cliente (termos muito regionalizados, nomes de rua ou próprios que não fazem parte do nosso dia a dia). Porém, existem aquelas situações em que a pressa e/ou desatenção são as culpadas pelos deslizes.
Quando isso ocorre, acontece de a “Arena São Luis” virar “Arena SEU Luis”, de “descontos semanais” tornarem-se “descontos MENSAIS” ou de a “fachada do Estádio Omar Yunes” metamorfosear-se em “fachada da ESTÁTUA Omar Yunes”.
Destas situações, uma que me marcou muito, foi quando pediram que eu gravasse um off curtíssimo, com apenas uma palavra. Ágil e solícito, mandei várias entonações e interpretações diferentes para a palavra CADASTRO, mas não demorou para que o pedido de correção viesse dizendo que o correto era CADASTRADO! Ou seja, consegui errar 100% do pedido de várias formas e, em quase um minuto de áudio, não tinha NADA certo.
O único jeito de lidar com isso é pedir desculpa pro cliente e corrigir o erro. Talvez procurar um oftalmo e rever a dosagem do remédio pra TDAH e dislexia… Mas aprendi que é importante não se cobrar demais e buscar levar estas situações com bom humor.
Outra dessas aconteceu quando eu produzia um spot sobre saúde, para rodar aqui na rádio. O locutor gravou alguns materiais falando sobre a “influência renal”, e não demorou para que o cliente respondesse que adorou a produção e a interpretação, mas precisava de uma pequena correção… Segundo ele, não existe influência renal, o correto é INSUFICIÊNCIA RENAL.
O locutor regravou o off, mas não sem antes responder sarcasticamente:
– Claro que existe influência renal! É quando um rim tá ruim e influencia o outro. Nem parece que são nefrologistas…
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