A inteligência artificial saiu do universo ficcional e tem se tornado cada vez mais presente em nosso dia a dia. Em pouco tempo parece que tudo ficou obrigado a ter I.A. embarcada, e a discussão sobre o uso dessa tecnologia nas mídias nunca esteve tão em alta.
Exemplo disso aconteceu recentemente, em maio, no 19º Congresso de Rádio e TV de Santa Catarina. Nele reuniram-se profissionais da comunicação nacional e regional para discutir as novas tendências do mercado de comunicação, dentre elas a inteligência artificial. Foram mostrados os potenciais da ferramenta para o desenvolvimento de textos informativos e comerciais, resumo de informações, para o tratamento e criação de áudios, de locuções, de imagens…
Apesar dos medos levantados sobre futuro dos empregos, do otimismo das afirmações do CEO da OpenAI de que em 10 anos atingiremos uma Inteligência Artificial Geral (ou AGI) e dos entusiastas que querem substituir AGORA tudo por robôs (entre eles alguns donos de emissoras pensando em economizar com funcionários), fato é que, pelo menos por enquanto, tal tecnologia ainda é apenas uma ferramenta para otimizar o serviço humano. E que ainda precisa de MUITA moderação.
Vez ou outra, enquanto escrevo os textos aqui postados, fico em dúvida sobre títulos ou algumas partes e recorro ao chat GPT pra sair de alguns becos, mas nunca utilizei diretamente as sugestões dele pois sempre me parecem muito quadradas. Os resultados são satisfatórios após algum tempo mudando o prompt e refletindo sobre os resultados.
Além disso, outro caso vivenciado aqui na empresa foi em relação a geração de roteiros. O responsável pediu uma notícia curta sobre o mundo POP e gravou um programete falando de um novo álbum póstumo do Avicii, Timeless Echoes, lançado em 2024 com parcerias musicais gravadas antes de sua morte e cuja renda seria revertida para a Tim Bergling Foundation, focada na prevenção do suicídio e saúde mental. Ao montar o programa, não achamos nenhuma música ou informação sobre este novo disco. Para tirar a prova real, questionamos o chat novamente e ele retornou com a mesma história, mas mudando o nome do álbum, dos artistas citados e da entidade favorecida.
Já tinha ouvido falar desses “delírios” que podem ocorrer na interação com as IAs, mas em todos estes anos nesta indústria vital, essa foi a primeira vez que isso me ocorreu. A explicação dada é que esses bots tem em sua programação a intenção de deixar o texto parecido com o escrito por um humano, e não verificar se a informação é verdadeira ou não. Se bem que atualmente muitas pessoas também não se preocupam com isso.
Adicionar comentário