Trabalhar nos bastidores de uma emissora de rádio é uma jornada repleta de desafios e surpresas inesperadas. Como operador de som durante muitos anos, vivenciei momentos que marcaram minha carreira; mas uma história em particular se destaca.
Diariamente, das 12h às 18h, eu operava o áudio do ar, seguindo rigorosamente os roteiros da grade comercial. Priorizamos inserções governamentais, do Ministério da Educação (MEC) e políticas, garantindo veiculação sem falhas.
Num dia como qualquer outro, ao chegar para render meu colega, fui surpreendido com a notícia de que nosso chefe queria nos encontrar. No estúdio, ele revelou que a rádio havia sido multada por não veicular os comerciais do MEC durante uma semana. A multa, considerável na época, seria repassada para nós, operadores de som.
Chocados, solicitamos acesso aos roteiros para entender o ocorrido. Descobrimos que, estranhamente, não havia registros dos comerciais do MEC nos documentos arquivados. Desesperados, pedimos a censura e, após uma investigação mais profunda, ficou claro que os roteiros haviam misteriosamente desaparecido (sim, sumiram).
Não sabemos o que de fato ocorreu, mas essa situação nos deixou uma lição valiosa sobre a importância de estabelecer processos eficientes de gestão e organização. Manter roteiros e arquivos de áudio gravados direto da programação transmitida, ou seja, censura (responsáveis por revisar e controlar o conteúdo veiculado) sempre disponíveis para consulta não apenas promove a transparência, mas também é essencial para enfrentar desafios inesperados.
Essa prática não apenas garante a integridade das operações, mas também serve como salvaguarda contra possíveis desafios, contribuindo para um ambiente mais leve e eficiente nos bastidores da emissora.
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